Como o senhor avalia as sinergias que resultarão da cooperação com a John Deere a nível de desenvolvimento?
Há um potencial enorme. Em tecnologias de telemática e de controle, podemos nos beneficiar da experiência de nossos colegas da John Deere. Quase nenhum outro setor está tão avançado na implementação das abordagens metodológicas da Indústria 4.0 como a tecnologia agrícola. É lógico que tais abordagens devem ser analisadas e – conforme apropriado – transferidas para o setor de construção de estradas.
Por outro lado, isso significa que a construção de estradas está atrasada em relação ao progresso?
Não, pois não podemos comparar maçãs com laranjas. A agricultura e a construção de estradas certamente têm sobreposições quando olhamos para as tecnologias de máquinas. Mas as exigências nos processos de trabalho e em logística são muito distintas. Isso se torna claro quando o assunto é digitalização.
O que o senhor vê na digitalização?
Na área de construção de estradas, um dos motivos para o menor nível de digitalização é que as diferentes especialidades envolvidas em um projeto de construção são muitas vezes isoladas como uma “obra dentro de outra obra” e, além disso, elas são operadas por diferentes prestadores de serviços. Isso tem desacelerado a introdução em larga escala de sistemas de suporte digital no setor. Como líder em tecnologia, no entanto, o Wirtgen Group foi rápido ao lançar as bases para a digitalização de suas máquinas de construção. Os fluxos e detalhes do processo agora são exaustivamente documentados, e as informações coletadas fazem parte de uma análise da obra em rede.
O que senhor pensa sobre isso? Qual é a abertura que os usuários têm em relação à digitalização e às soluções de telemática em geral?
A maioria fica imediatamente empolgada com as tecnologias digitais assim que vê que, por exemplo, a documentação automática pode melhorar a qualidade e, ao mesmo tempo, garanti-la. As possibilidades de manutenção preventiva dos equipamentos ou de monitoramento remoto também são apreciadas. Nossos clientes já se beneficiam do Big Data das máquinas do Wirtgen Group, que colocamos à sua disposição através de nosso sistema de gerenciamento de frotas WITOS Fleetview.
Qual é o rumo que o senhor acredita que os desenvolvimentos vão tomar? Quais são os possíveis desafios?
Previsões concretas são sempre difíceis, já que dependem de muitos fatores de influência. Novos padrões de comunicação como o 5G serão muito úteis para o desenvolvimento de futuras soluções de telemática. Eles nos permitirão comunicar informações muito mais rapidamente com uma alta largura de banda e, assim, também torná-las mais eficientes para nossos clientes finais. Um dos desafios centrais também será a melhor integração dos muitos processos individuais na construção de estradas em uma solução comum. Isso representaria um passo decisivo para o setor em termos da Indústria 4.0. O Wirtgen Group já percorreu um longo caminho com as soluções de telemática para suas tecnologias.
Por fim, vamos voltar às sinergias com a John Deere. Em termos concretos, como o senhor as descreveria em seu projeto?
A cooperação com a John Deere e as equipes de desenvolvimento da Wirtgen, Vögele, Hamm, Kleemann e Benninghoven está indo muito bem. As vantagens para o Wirtgen Group se tornaram transparentes rapidamente. A John Deere apoia nosso trabalho de desenvolvimento com sua própria mão de obra, nos dá uma visão de seus conhecimentos e está preparada para enfrentar nossos desafios. Estamos trabalhando em prol de um objetivo comum, o que nos dá uma vantagem competitiva. Muitas das tecnologias ou conhecimentos de desenvolvimento da John Deere aos quais temos pleno acesso teriam sido de difícil alcance para as empresas individuais do Wirtgen Group, tanto em seu próprio trabalho de desenvolvimento quanto em seus próprios orçamentos. Pelo menos não de maneira tão pontual. Portanto, estamos todos dando um grande passo rumo ao futuro.